Crescemos ouvindo que medo é fraqueza. Então, em vez de dizer:
“tenho medo de falhar”,
“tenho medo de perder alguém”,
“tenho medo de não ser suficiente”,
“tenho medo de errar”,
“tenho medo de não ser perfeito”,
“tenho medo de não ter sucesso”,
aprendemos a dizer apenas: “estou ansioso”.
É mais aceitável falar de ansiedade do que admitir o quanto o medo nos atravessa. Mas a ansiedade nada mais é do que esse medo intensificado, desorganizado, que busca saída no corpo e nos pensamentos.
Pense em quem evita responder mensagens porque teme decepcionar. Ou em quem não consegue dormir antes de uma reunião porque teme não corresponder às expectativas. O que se apresenta como ansiedade, na verdade, é medo não reconhecido, escondido atrás de uma palavra genérica.
Quando não damos nome ao que sentimos, ficamos reféns de uma sensação difusa e sem rosto. Mas quando ousamos dizer nossos medos em voz alta, abrimos espaço para compreender, acolher e ressignificar.
A psicoterapia ajuda justamente nesse processo: transformar a ansiedade em algo nomeável, em linguagem, em consciência. Só assim o que hoje paralisa pode se tornar uma possibilidade de movimento.
Aline Andrade Psicóloga Clínica




