Muitas vezes acreditamos que sentir acontece apenas “na mente”. Mas o corpo fala antes mesmo de conseguirmos nomear o que estamos vivendo. Ele antecipa. Ele avisa.
O coração acelerado diante de uma escolha. O nó no estômago antes de assumir um risco. A tensão nos ombros quando a cobrança interna pesa mais que o necessário. São sinais de que algo em nós pede atenção.
A ansiedade, por exemplo, pode se apresentar primeiro no corpo: insônia, suor frio, respiração curta. Não porque exista algo oculto nos controlando, mas porque ainda não aprendemos a escutar com clareza o que sentimos.
Ignorar esses sinais é viver dividido. Reconhecê-los é integrar. É admitir que somos um só — pensamento, emoção e corpo em constante diálogo.
Quando ousamos prestar atenção, percebemos que o corpo não é obstáculo, mas aliado. Ele nos mostra o que ainda não conseguimos dizer em palavras. Nos lembra de que toda emoção tem uma raiz concreta, ligada ao modo como estamos escolhendo viver.
A psicoterapia pode ser esse espaço de aprendizado: um convite a se conhecer, a reconhecer como sua história se sustenta, e a criar novas formas de existir em que mente e corpo caminham juntos.
Aline Andrade Psicóloga Clínica




