O medo do abandono e da solidão.

O medo do abandono e da solidão não são apenas sentimentos, são formas de viver.
Quem carrega esses medos geralmente:
Aceita pouco pra não perder o pouco que tem.
Foge de conversas profundas pra não se sentir exposto.
Evita o silêncio porque ele mostra o que tenta esconder.
Se enche de gente, mas continua vazio.
Cria dependências em nome de “vínculo”.
E cobra dos outros aquilo que ainda não consegue sustentar em si.

Essas pessoas vivem em alerta, tentando prever o momento em que serão deixadas. E, por medo de sofrer, acabam se afastando primeiro.
Outras fazem o contrário: se anulam, aceitam migalhas e permanecem em relações que já não fazem sentido, acreditando que assim ninguém vai embora.

Atendo muitas pessoas que vivem presas nesse ciclo. Elas percebem que estão sempre no mesmo ponto: mudam de cenário, de relação, de fase da vida, mas a sensação é sempre a mesma. No consultório, o trabalho é ajudar a reconhecer onde o medo comanda, entender o que ele protege e o que ele impede de viver.

Com o tempo, o que era defesa vira consciência. E o que era fuga, vira escolha.
É assim que a psicoterapia transforma o medo em liberdade emocional.

Aline Andrade
Psicóloga Clínica