Você já percebeu como tudo precisa de um nome?
Uma etiqueta. Um código. Um laudo.
A tristeza já não pode mais ser apenas tristeza.
Ela precisa ser explicada, justificada, medicada.
A angústia? Também não.
Precisa virar diagnóstico, algo que possa ser controlado, eliminado, silenciado.
Você sente um vazio, e ao invés de escutá-lo… quer curá-lo.
Como se o sentir fosse um erro. Como se viver tivesse que ser um constante estado de leveza e produtividade.
Você já notou isso em você?
Essa urgência em se entender, mas não pelo sentir… e sim pelo rotular.
Talvez porque dói.
E, sim, sentir dói.
Sentir é incômodo. É lento.
E o mundo está rápido demais para esperar você se entender.
É tudo agora, tudo pra ontem.
Sofrer virou defeito.
A dor virou fraqueza.
A espera virou perda de tempo.
Mas desde quando ser humano é ser constante?
Desde quando a oscilação emocional precisa de receita médica?
Você sente tristeza? Ótimo. Isso significa que você não está anestesiado.
Você sente medo? Ótimo. Isso significa que você está vivo.
Você sente angústia? Ótimo. Isso significa que há perguntas aí dentro que merecem ser escutadas.
Não. Nem tudo é diagnóstico.
Nem tudo precisa ser patologizado.
Às vezes, o que você sente… é só você tentando dar conta de ser humano num mundo que exige que você funcione como uma máquina.
Permita-se sentir.
Porque, no fim das contas, talvez o único diagnóstico possível…
seja esse: ser humano.
Aline Andrade
Psicóloga Clínica
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