Só há um abusador porque existe uma vítima.

Por mais difícil que seja olhar pra isso, muitos desses ciclos não se sustentam à toa. Existe algo que mantém você nesse lugar.

E sabe de onde vem? De como você aprendeu o que era amor. De como te amaram, de como te mostraram o que era se relacionar.
Talvez você tenha visto, dentro da sua própria casa, um dos seus pais no papel de vítima e o outro no papel de abusador. E isso ficou registrado como se fosse normal. Como se amor precisasse doer, machucar ou ser feito de controle, manipulação e silenciamento.

Sem perceber, você repete. Porque foi esse o amor que te ensinaram. Foi assim que te mostraram que relações funcionam.

E sim, muitas vezes o que te mantém nesse ciclo é acreditar que não merece mais do que isso. Que amor é difícil, pesado, cheio de dor.
Às vezes, é o papel de vítima que alimenta algo aí dentro. Porque nesse lugar você se sente visto, cuidado, ouvido… nem que seja pela dor, nem que seja pela pena e pela solidariedade dos outros. Isso, de algum modo, também vira uma forma de afeto.

E tem mais.
Tem quem permaneça porque não quer ficar sozinho.
Porque acredita que, se esse relacionamento acabar, não vai mais conseguir construir uma família, não vai mais ser amado, não vai encontrar outra pessoa.
Tem quem, por ter sido uma criança negligenciada, desamparada, olhe para o relacionamento como se ele fosse preencher um vazio. Como se fosse suprir tudo aquilo que não recebeu antes.

Só que enquanto você acredita que o outro vai mudar, que alguém vai te salvar, que algo externo vai resolver… você se mantém preso no mesmo lugar.

E não, isso não é sobre culpa. Nunca foi.
É sobre reconhecer que, por mais que esse padrão tenha sido aprendido, agora é sua responsabilidade escolher romper com ele.

O salvador que você espera não existe.
A mudança não vem de fora.
Ela começa quando você decide sair do papel de quem espera… e escolhe assumir o papel de quem se responsabiliza pela própria vida.

Se você sente que é hora de fazer diferente, eu posso te ajudar nesse caminho.

Aline Andrade
Psicóloga Clínica